29/06/2008

Memória companheira...


No vazio...
Para o vazio...
Caminho...
No escuro...
Completa solidão...
Ofuscante Escuridão...

Nada levo comigo...
As memórias perderam-se
As histórias esqueceram-se...
Nu...

Caminho talvez sozinho...
Ou talvez não...
A minha alma caminha comigo lado...a...lado...

Timidamente parei...
Defronte do nada...
Para sorrir;
por nada...

A minha própria respiração gela-me a veias...
O meu próprio olhar trespassa-me a alma
e desfaz o pequeno coração...
A minha companheira e eterna alma
poisa-me a mão no ombro...
E diz:
- Quem diria...
- No vazio da própria escuridão!...

27/06/2008

In Loving Memory...


As memórias…
As memórias de amor…
São inesquecíveis!...
São belos momentos
Que perduram eternamente na memória
Memórias que nunca queremos esquecer
E que empurramos com toda a forca do mundo
Para dentro do coração…
Para que elas nunca saiam de lá nunca…
As memórias…
As boas memórias
Ou tristes memórias de amor
Dão nos força…
São elas
Que nos fazem chorar
Ter um ridículo sorriso na cara!
Ou simplesmente ficar com saudades…
Memórias…
Memórias de amor
Estas verdadeiras memórias…
Acompanham-nos toda a vida…
E fazem de nós:
Homens…
Mulheres…
Melhores que no dia anterior…
E ainda melhores que no dia anterior!
As memórias de amor…
São lágrimas…
Apertos no peito…
Suspiros de alívio…
São sorrisos…
Beijos…
Ou simples olhares
Guardados na lembrança de quem ama…
As memórias de amor…
As verdadeiras memórias de amor…
São tudo!
E não se esquecem nunca…
Nunca!...
Nunca!...
Nunca!...
Nunca!...
Nunca!...




As memórias que fazem de mim
Maior do que pareço ser!
Á minha família, Á mulher que amo…
BY: Tiago Freitas (27-06-08)

26/06/2008

Nazgül…

Outrora foste rei
Rei de um reino
e rei de alguém…
Não estás aqui,
mas não te encontras no além
Não és passado do que foste,
não és presente do que és agora,
nem és futuro do que irás ser…
Não és nada!
Apenas um espectro
Perdido
Preso sabe-se lá onde…
Talvez num mundo paralelo a este
E esse mesmo mundo,
paralelo a todos os outros.
Sofres como quem vive
Mas lamentas
como quem está a morrer…
Perante a grandeza que outrora fruíste
Quiseste mais…
Mais do que era imaginável ter
Mas na tua arrogância de tudo ter
Ficaste sem nada…
Sem a própria
E sem a hipótese de morrer
Ficaste até;
sem a tua vontade
que, se alguma vez a tiveste
Sucumbiu…
Ao desejo do nada
Ninguém te pode matar
Mas também ninguém te pode amar…
Nazgül…
Este é o teu nome…
Teu nome é sopro
O sopro da morte
Que vem soprar a vida…
(A Completar)

24/06/2008

Lady of Stone…


Senhora de pedra…
O que fazes olhando para o mar?
O que fazes no cimo de um planalto
de pés descalços no asfalto?
Olhas para o mar
Á espera dos navios perdidos
Que outrora viste partir…
Mas que nunca viste chegar…

Senhora de pedra…
O que fazes cantando para o vento?
Porque cantas,
as canções de quem perdeu?
O que perdeste tu?
A saudade, a esperança?
Um olhar, ou o sabor de um beijo de despedida?
Será que perdeste o cheiro dos navios?
O cheiro dos cascos cobertos de musgo?
O barulho do cais na madrugada?

Será que perdeste a razão da tua existência,
quando perdes-te o cheiro dos cabelos de alguém?
O cheiro de alguém que amas-te…
Por quem esperas-te…
E que talvez continues a amar…
E a esperar…
De olhos postos no fundo mar
Na tua rotunda solidão…

Senhora de pedra…
Remóis-te na culpa
De teres perdido o teu jovem amado
Naquela noite de partida
E de teres dia e noite chorado
E teres criado este mar
Onde mataste quem amavas…
Na tua petrificada razão de esperar…
Esperas…
Esperas…
Por aquele que amas…
Até ao dia em que ele volte
P’ra te amar novamente…
E faça bater…
Esse teu coração de pedra…

13/06/2008

Pedreiro...


Nunca foi teu, o sítio onde nasceste
Nem teu o sítio onde morreste…
Por direito tudo é teu!
Mesmo o coração que é meu
O coração que construíste
Mas que na tua morte destruíste…

Pobre pedreiro plebeu
Construíste tudo o que é teu…
A infância onde viveste
A mesma alegria que nunca tiveste

Sempre, sempre trabalhador
Filho de povo navegador
Pedreiro sonhador
Pintor sem pintura,
Pedreiro a valer
Construtor da vida dura
Em que havias de morrer…

Por amor fugiste
Para longe, bem longe
Por amor mentiste
Acreditando num falso monge…

Teu próprio pai nunca te amou
Criador daquele teu irmão que nunca te chamou
Ser irmão sempre desejaste
Irmão daqueles que sempre ajudaste
Aqueles que criaste, que aprendeste a amar
E que com o coração aprendeste a perdoar…

Procuraste o irmão
Aqueles a quem pediste a mão
Aqueles mesmos que te viram cair no chão
Que nunca te prezaram a vida
E que agora a choram pois está perdida…

Resistindo procuraste ter
A única coisa que te fez viver
A família que fizeste nascer
Família que nunca verás crescer…
Tanto para dizer
Tão pouco tempo de viver…

Tantas histórias
Agora apenas memórias
Tanta sabedoria…
Que num túmulo se perderia

A um pedreiro dedico esta poesia
Homem que relembro com alegria
Ao amor de pai…
Que agora já lá vai
Mas de que todos os dias sinto saudade
Este amor de verdade
Que sempre amei
Nunca o esquecerei! …
Meu pai…




Adoro-te meu querido pai…
Pela vida…
Pelo amor…
Que me deste
Por ti…
Carrego honradamente…
O nome que me veste

Adoro-te meu pai…