28/07/2008

Women in black...




Promise me that when I will be a star
There well at the top of the sky Woman in black
You’ll sing to me,
Only for me
Every single night of moonlight
On this single day
That is the death…
And that you will stop the world
So, they will hear you sing…
And when everything is still
Diving in a absolute silence…
Everybody will try to understand
The sound of a whisper…
Maybe a poem…
Done with love and a song of screams and pain!…
Promise me…
Promise me that you will never reject me
At that placid site where I will rest…
With all my glory
For all my eternity
Don’t leave brambles
Destroy my last address
Promise me that you will kiss my soul..
Which you will hear singing…
In pain nights of moonlight
Promise me, you will console those I love
With the hope that you don’t have to…
Which you will embrace
When you feel naked in the cold of the night
Tell them, that all my life
I tried to be a poet…
Appeared to my own invisibility.
But only me!…
A man!…
Failed…
Promise me…
Women in Black!…

Razão de existência…(A pior dor do mundo)


Sou fantasma!
Fantasma de mim próprio
e de um mundo…
próprio de mim…
Sou daqueles fantasmas
que gosta de voar…
Voar até ao nada
e até ao infinito
Viajo pelo mundo inteiro
Desde o mais lindo jardim
à mais humilde e solitária flor…
Desde a mais humilde casa
À mais luxuosa de todas…
Viajo para onde sinto amor
E por onde me magoa a dor…
Seja por onde for…
Eu posso lá estar
Mas desta vez
voei até um sitio onde nunca pensei voar
Ao mais bonito jardim
da mais bela casa que alguma vez encontrei
Tudo era belo!...
Haveria nesta amor de certeza!
Mas tudo o que lá encontrei
foi lágrimas e tristeza…
Lágrimas de um belo sentimento
de uma infantil saudade prematura…
Encolhida a um canto
de um quarto rosa sombrio
Uma linda mulher…
Na porta li…
um nome jamais esquecido
Em frente da porta,
lá bem no cimo
um relógio de cuco
cantando tristeza
O seu pêndulo
batendo como um frio coração…
Ao lado palhaços
sorrindo sem expressão…
A lua vai iluminado todo este quarto
Uma pequena cama ao fundo
de lençóis ainda amarrotados…
Lençóis cor de rosa…
Sinto o meu coração
cair aos bocados em cada palavra que escrevo…
Esta tristeza
faz-me voar
para um vazio ainda mais triste…
Voar;
para dentro da bela mulher
Sinto a sua respiração;
respiro com ela…
Sinto as suas emoções;
choro com ela…
Sinto os seus pensamentos;
chamo a morte dela…
Ao fundo o riso de uma criança…
Levanta-mos a cabeça
para ver a sua ilusão…
O choro torna-se mais intenso
mais surrealista!...
Olho para as molduras
ao lado da cama…
ornadas…de vazio…
As memórias vêm à cabeça
como retratos de luz…
Os passeios
Os dias na praia
O sol do fim de tarde…
Os sorrisos…
“ ─ Amo-te mamã…”
A lágrimas choram
o sangue da madrugada…
Fecho e abro os olhos carregados de revolta…
Fecho outra vez…
Quando os abro,
estou novamente à porta
diante da chorosa mulher
Aperto os dedos sentindo raiva para com o mundo
como se continuasse na mulher
Sinto um cabo de madeira
e uma lâmina fria na minha mão…
Aproximo-me da mulher…
Ela olha p’ra mim sorrindo
como se me vendo…
e como se esperando por mim…
Fecho os olhos uma ultima vez…
E apesar de ser apenas um fantasma…
Sinto sangue beijar-me a face
Como em jeito…
…de agradecimento…

22/07/2008

Sonhos infantis


Quando as memórias de infância
Não passam de lágrimas,
fielmente brotadas umas a seguir à outra
diante de um espelho de imagem turva
Quando tudo o que dizes…
Sentes…
e…
escreves
Já não faz sentido…
Quando tudo em que acreditaste
Não passa da mais nua e falsa mentira
A mentira dos teus sonhos
escondida algures na tua mente de menino sonhador
A mentira dos teus medos…
Os monstros de noite
Que te visitavam
e que obrigavam a ficar quieto,
para dormir…
Esses mesmos que nunca vieram…
Pois já cá estavam…
Algures nesse teu coração…
Os mitos…
Esquecidos…
As lendas…
Desfeitas…
As histórias…
Bem, vives dentro de uma…
mas só que é triste!…


Mitos
Lendas
Histórias…
Com tanto viveste…
Sonhaste…
Sonhaste que tudo tinhas
apesar de nunca teres tido nada…
O emprego fixe…
A casa porreira…
A mulher branca desses mesmos sonhos!…
Tudo e todos felizes…
Paz!
A família…toda!...

Nunca nesses sonhos sonhaste
o pesadelo que haveria de vir
e que haverias em cada lágrima;
de viver…
Nunca pesaste o que haverias de sofrer
Os gritos no silêncio…
Nunca imaginaste que esses mesmos acontecimentos
te fizessem morrer…
Na dor…
Da verdadeira perda
do verbo perder
O primo…
Com quem desabafavas
nos momentos de solidão…
E que viste percorrer a última viagem
Sabe-se lá para onde…
Pai!...
E a perda
de quem perdeu
muito mais…
muito…muito…mais!

O sentido
O caminho
As lágrimas…
O amor…
chorado numa caneta…
A perda…
dos próprios sonhos
Os sonhos felizes
Em que sonhavas dizer:
─ Amo-te…
P’ra toda a minha vida…
“─ Prometo amar-te…
Respeitar-te…
para toda a eternidade…
Até que a morte
nos separe!...”
Coincidência das coincidências?…
Separou!
A morte dos meus sonhos
A morte da realidade luminosa
em que vivia sonhando…
Talvez até a minha própria morte…
tenha destruído tudo em que acreditei…
Tudo em que sonhei…
Tudo acabou!…
Quando encarei
que não sou eu que guia a minha própria vida
da maneira que quero…
da maneira que sonho!
Talvez tenha morrido
Quando olhei a realidade
suja e fria…
do espelho turvo…
Que sempre reflectiu…
nada mais…
nada menos…
Que a minha própria imagem…
Suja…
e fria…
A propósito…
Parabéns!...

11/07/2008

Lua


O que fazes quando o mundo
absoluto e tão profundo
está contra ti?
O que fazes?
O que fazes, p’rá além de fugir?
Quando tudo em que acreditas
teima em não surgir…
Os que fazes
nas horas em que tristeza aperta?
Nos momentos em que vês a esperança de uma história;
ser nada mais que uma memória…
O que fazes no teu canto,
tão imponente,
tão pacífico…
Que dá vontade de chorar…
O que fazes quando o negro, não deixa o teu coração?
Eu…
Na minha rotunda solidão
Escrevo os meus pensamentos
Atirados, rabiscados…
Em simples folhas de papel…
Escrevo palavras…
Palavras de quem as escreve
E de quem não tem boca para as dizer…
O que fazes quando vives num mundo…
Mas desejas o outro?
Quando estás rodeado de luz…
Mas desejas a sombra?
O que fazes?
Quando o teu pensamento quer voar
p’ra além do real…
p’ra além do definido…
p’ra além da vida e da morte?...
Quando o teu corpo deseja mais do que está em ti?
Quando sentes que não foste feito para viver…
nem para morrer…
Foste feito p’ra estar num sítio qualquer
e em sítio nenhum…
Menos onde estás…
Sentes só vontade de voar…
Voar…
Voar…
No vento de um sussurro…
A caminho…
…da Lua…

09/07/2008

Imortal...


Desfeito está o coração...
Coração de Imortal...
Acabada está a paixão
Paixão de Imortal...
Desfeita foi a sanidade
Sanidade de Imortal...
Começou a saudade
Saudade de Imortal...
Começa agora o sofrimento de não igual
Sofrimento de Imortal...
Resta o mal
Mal de Imortal...
Perdura a dor
Dor de Imortal...
Acabou o amor
Amor de Imortal...
Permanece a solidão
Solidão de Imortal...
Presa agora na escuridão
Escuridão de Imortal...
Não mais reina a razão
Razão de imortal...
Começa a perdição
Perdição de Imortal...
Com a morte começa o final...
Final do tal
Final do Imortal...
Agora já; coração de Mortal...

03/07/2008

Mulher de negro


Promete-me que quando for uma estrela
Lá bem no cimo do céu
Irás cantar para mim
Só para mim
Em cada noite de luar…
Deste único dia
Que é a morte…
E que irás prender o mundo
Para te ouvir cantar…
E quando tudo estiver
Mergulhado num silêncio absoluto
Tentarão perceber
O som de um murmúrio…
Talvez um poema…
Feito de amor
E cantado em gritos de dor!...
Promete-me…
Promete-me que nunca me abandonarás
Naquele plácido sítio onde repousarei…
Com toda a minha glória
Para toda a eternidade
Que não deixarás as silvas
Corromper a minha última morada
Promete-me que irás beijar o meu espírito…
Que te ouvirá cantar…
Nas noites de dor e luar…
Promete-me que vais consolar os que amo
Com a esperança que não tens…
Que os irás abraçar
Quando se sentirem nus no frio da noite
E dir-lhes-ás
Que em toda a minha vida
Tentei ser Poeta…
Emergir da minha própria invisibilidade.
Mas que simplesmente eu!...
Homem!...
Falhei!...
Promete-me…
Mulher…de negro!