06/12/2009

Despedida de Julieta a Romeu



Que este frio punhal
Cravado sobre meu peito
Eternamente me corrompa
Este estranho corpo que aqui deixo
E que me esventrei a entranhas.
Mas que jamais no tempo e no espaço
Este punhal com que desfaço meu coração
Me apodreça a alma eterna minha.
Porque em outras vidas na distância das eras
Que me lembre eu da tua face
Dos teus gestos e das tuas carícias.
Que o destino todo-poderoso
Nos separe vezes sem conta;
E que nós,
Num acaso desse mesmo destino
Unamos nossas mãos e nossos lábios.
E outrora perdidos nos encontremos
No fôlego de mil beijos de amor proibidos…

Novamente juntos voltaremos então;
À cama de lençóis brancos
Ainda quente de nossos desejos.
E cumpridos os dois seremos um
Pois na memória do mundo
Que sabendo sem saber
Nos proibiu e eternizou na palavra amor,
Seremos relembrados;
Culpados e julgados;
De um dia por acaso do destino
Termos inventado no amor;
A palavra Eternidade…

Não mais metades meu Romeu...
Hoje somos meu amor;
Um todo!

Despedida de Romeu a Julieta



Julieta, Julieta, Julieta!
Gritarei eu ao céu
Infinitas vezes o teu nome;
Para que o mundo,
Cego, Surdo e Mudo
Saiba que alguma vez:
Eu Romeu te amei…
E serás sempre e sempre eterna…
A outra metade de mim…

“- Uma maldição sobre ambas as casas!”
Será então amar maldição?
Se é;
Então maldito seja eu
Pois eu amo…
Amo eternamente!
Caia então sobre mim a morte
Me julgue e me condene neste meu fim.
Como te julgou a ti;
Julieta;
A outra metade de mim!…

Sem ti incompleto eu sou.
Apenas um louco fugindo nas sombras;
Como esses a quem chamam poetas!
Pois para mim és sol
Que me ilumina à noite
És estrela que me leva…
Nos sonhos perdidos que eu te dei…

Um último olhar sobre ti.
Continuarás sempre bela…
Pois jamais a morte consumirá a tua beleza.
Parece que a inveja…
E a quer só para si!
Um último beijo nos teus lábios…
Que eterno seja este momento,
Gravado na minha alma…
Adeus Julieta,
A outra metade de mim!
Não serei mais incompleto,
Irei para ti!
O veneno consome-me a razão…
O delírio Julieta!

Parto agora meu amor.
Mas sei que o tempo passará…
E quando se falar em amor;
Será de nós que falarão…
Será de nós!

Pois o amor é assim…
A metade da outra metade!...

E vejo o azul de teus olhos…

05/12/2009

"A Ode Negra"


“Tolo!”
Serás sempre um “tolo”!
Acreditas mesmo que a vida te sorri?
A vida agora sorri-te,
Mas tu não estás feliz…
A vida sorri-te
Mas o sorriso que te mostra é amarelo,
(Há quem o diga vigarista!)
E tem algo de maníaco no olhar…

A vida sorri-te “meu tolo”
Mas nas costas engana-te!
Sofres que nem um doido
Tens essa mania de dar um bocado de ti
A quem amas?
Mas onde estão os que amas?
Onde estão eles por ti?!

“TOLO!!!”
“IDIOTA!”

Vives debaixo do mesmo tecto
E ninguém dá conta que sofres…
Onde está o teu pai?
Não está???
Pobre menino…
“Coitado!”
És um bom fingidor,
Não finges a dor;
Mas finges que não a tens…
Onde estão eles por ti?!
Não estão!
Estás só a chorar… como um tolo fraco…
Choras só pelos recantos do teu quarto
Sem ninguém por ti!
Amor não existe!
Felicidade é ilusão!
Arranco o teu coração
Pois ele é despiste!

“Só me tens a mim… o teu único amigo
Que vive dentro de ti…”

Com muito Amor;
O único que te ama realmente...
Blackbird…