11/07/2008

Lua


O que fazes quando o mundo
absoluto e tão profundo
está contra ti?
O que fazes?
O que fazes, p’rá além de fugir?
Quando tudo em que acreditas
teima em não surgir…
Os que fazes
nas horas em que tristeza aperta?
Nos momentos em que vês a esperança de uma história;
ser nada mais que uma memória…
O que fazes no teu canto,
tão imponente,
tão pacífico…
Que dá vontade de chorar…
O que fazes quando o negro, não deixa o teu coração?
Eu…
Na minha rotunda solidão
Escrevo os meus pensamentos
Atirados, rabiscados…
Em simples folhas de papel…
Escrevo palavras…
Palavras de quem as escreve
E de quem não tem boca para as dizer…
O que fazes quando vives num mundo…
Mas desejas o outro?
Quando estás rodeado de luz…
Mas desejas a sombra?
O que fazes?
Quando o teu pensamento quer voar
p’ra além do real…
p’ra além do definido…
p’ra além da vida e da morte?...
Quando o teu corpo deseja mais do que está em ti?
Quando sentes que não foste feito para viver…
nem para morrer…
Foste feito p’ra estar num sítio qualquer
e em sítio nenhum…
Menos onde estás…
Sentes só vontade de voar…
Voar…
Voar…
No vento de um sussurro…
A caminho…
…da Lua…

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