"Com uma tal falta de literatura, como há hoje, que pode um homem génio fazer se não converter-se, ele só, em uma literatura? Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer se não inventar os seus amigos, ou, quanto menos, os seus companheiros de espírito?" - Fernando António Nogueira Pessoa
22/10/2009
“Promessa de eterno amor…”
“Esperar-te-ei para sempre”
Foi esta a promessa que fiz
Naquele dia cinzento e infeliz
Em que as gotas de chuva eram as minhas lágrimas.
Irei sempre olhar o horizonte longínquo
Procurando apenas por ti.
Procurando a tua face,
A tua despedida que não veio;
No dia em que não vieste nos sussurros do vento…
“Esperar-te-ei para sempre” de rosa na mão,
(Branca como a esperança que me eras!)
Sentado no banco de jardim
Onde me olhaste pela primeira vez
Descobrindo a triste criança que há em mim.
A criança que a vida inteira
Esperou apenas pelo simples sorrir de alguém…
E foi o que tu fizeste!
Sorriste para mim…
Um simples e doce sorrir,
Ingénuo e sem a maldade do mundo.
Jamais esquecerei esse teu sorriso,
O meu momento de alegria…
Desde e dia vieste sempre,
Trazendo o teu vestido azul;
O teu olhar e o teu sorriso;
A tua bondade e simplicidade…
Trazendo-te a ti!
E contigo sempre a felicidade;
A única que provei em toda a minha vida…
Então chegava a hora da despedida;
“Eu voltarei amanhã!” dizias-me…
E contemplavas-me com um beijo;
Viravas costas e deixavas o teu cabelo dançar no vento…
“Esperar-te-ei para sempre…”
Mas não voltaste…
Nem nesse dia;
Nem nos muitos que se seguiram…
Nunca mais veio o teu vestido azul;
Nunca mais veio o teu olhar e o teu sorriso;
A tua bondade e simplicidade;
Nunca mais vieste tu!
Nem tu;
Nem mais a felicidade…
Então pouco a pouco
O meu mundo foi caindo;
O meu sorriso foi desvanecendo,
Tu; foste ficando apenas memória…
(Que hoje já nem sei real!)
E então veio o vazio…
A chuva caindo do meu olhar;
As cartas soltas no vento;
Como num gesto de despedida que nunca veio…
A solidão apertará cada vez mais…
Os dias passarão por mim,
Assim como os desígnios e as épocas do mundo.
E sobre meus ombros caíram os anos de espera
Ficarei velho e já sem tempo;
A demência e o esquecimento possuirão a minha mente
E então morrerei na saudade do banco de jardim.
Mas esperar-te-ei sempre!
Porque sei que um dia voltarás por mim;
Talvez tarde;
Mas voltarás
Por mim voltarás.
Pois a esperança;
Essa não morre nunca!
Então voltarei finalmente ao banco de jardim;
Não de corpo,
Mas de vontade!
E trarei nas minhas mãos a rosa branca
Olharei o horizonte
E irei encontrar-te;
E esperarei a tua vinda.
“Esperar-te-ei para sempre…”
Sentado de esperança na mão!
Pois uma promessa de eterno amor…
…Jamais se quebra!
“Esperar-te-ei para sempre…”
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