21/12/2012

A beleza dos nossos olhos...

No outro dia sonhei contigo meu amor.
E com outras coisas
Vagas demais para serem lembranças.
Sonhei contigo e com a noção
De eu ser real para ti...
E tu existias mesmo
E eu existia para ti,
Existiamos um para o outro
Como unos.
Porque nos sonhos tudo existe
E nós tambem existimos;
Tenho quase a certeza que existimos!
Mesmo que só por aquele instante
Em que se dá o sonho.
Sonhei que eras bonita
Como eu sempre quis,
E ao mesmo tempo feia
Porque eu nunca soube como te queria.
Apenas te tinha
Como naqueles sonhos que eu tenho
Quando é de dia e eu estou acordado.
E do sonho;
Não me lembro de mais nada
Que senão de nós os dois.
E só isso me bastou...
E ainda basta.

Mas ao mesmo que me sorrias
E que me amavas
(Sim! Porque no sonho eu também fui amado.)
Mais bela tu ficavas
Aos olhos que eu tinha de ver,
No sonho que eu tive
Quando era de noite.
E demos as mãos
E dançamos
E fizemos tudo só nessa noite.
Porque agora que já não estou a sonhar
Mal me recordo desse sonho,
Mas tenho quase a certeza
Que fizemos de tudo,
Das coisas que eu quero fazer
Sempre que tenho outros sonhos acordado!
Porque eu já sabia
Que não mais sonharia
Contigo outra vez.
E agora que estou acordado,
E que é de noite,
E que escrevo o meu sonho
Porque tenho a esperança
De ter o sonho
Que tive da outra vez em que sonhei;
Espero sonhar-te outra vez.
Assim feia e bela ao mesmo tempo.
Porque essa beleza
Que tu tiveste no meu sonho,
Que só foi bonito para mim;
Estava nos meus olhos
E nos teus olhos que olhavam para mim...
E éramos os dois bonitos
Um para o outro
E para mais ninguém.

Porque a nossa beleza
Estava na beleza dos nossos olhos
A olharem um para o outro.

27/11/2012

Passei a vida inteira a esconder-me

Passei a vida inteira a esconder-me Com medo do que estava para além... No espelho sempre um reflexo a dizer-me: " - Nunca te amará ninguém!" Quando por fim me revelei... Assustado; o mundo partiu... Chorei... sozinho eu chorei... Abraçou-me o vazio...

28/09/2012

(Tu rimas com Alquimia)

Acho que finalmente encontrei aquela menina, moça, mulher que faz o meu mundo girar ao contrário... Porque o estar sem ela é como se não conseguisse levantar os olhos e ver tudo que me rodeia. Quando sei que ela não está ou não vem (ou mesmo quando sei que ela não vai para onde eu estive), é como se o dia já fosse triste e não valesse a pena ter acordado para ver o sol levantar-se, sinto como se houvesse um vazio por dentro de mim que dói cheio de solidão. Mas quando a vejo, a terra inteira começa a tremer-me por dentro, quando estou perto dela faz sentido ser eu, faz sentido livrar-me desta capa de Blackbird e meter a capa de mim mesmo e ser em pleno; e mostrar-lhe o que fui o que sou e o desejo de crer ser com ela; porque quando estou com ela sei voar sem as asas que os humanos também não tem. Será amor ou o que é isto? Ela não é como eu imaginei que ela seria, nem apareceu de repente ao cruzar de uma esquina. Não tem cabelos louros, nem pele branca nem olhos verdes ou azuis, nem sei se tem um vestido verde ou laranja ou vermelho e amarelo como em todas as minhas fantasias. Ela é tudo aquilo que eu nunca quis mas também o contrário e ao mesmo tempo tudo o que quero agora para mim. É espontânea e doce ao mesmo tempo, como eu sempre quis. Pena ter de esconder mas perdê-la agora seria como morrer um pouco, prefiro tê-la assim perto e distante ao mesmo tempo. Adoro quando ela conta histórias e eu ouço atento porque não preciso de falar, porque falar de mim, do que vi e do que sei, não me completa mais do que o dizer para e por dentro, mas saber do seu dia, das suas histórias, do que gosta ou do que não gosta faz-me sorrir... Quero mostrar-lhe o meu mundo aos poucos, onde fui criado e as aventuras que vivi, apresenta-la aos amigos e à família sem vergonhas nenhumas.... Acho que isso não será uma Alquimia nem uma impossibilidade, espero estar mais perto do que penso de viver como vivem os outros, a olhar para quem me completa pintando-a com o meu maior sorriso; o da Felicidade. Essa sim; Felicidade a Alquimia dos humanos, A poesia dos poetas. O teu nome rima com Alquimia e com poesia. Agora vais partir, já não te posso mostrar quem sou; talvez tenha perdido a minha chance de vez. O teu nome é sempre Maria e independentemente de tudo és a alquimia já não posso ter...