01/02/2010

Suicídio Cobarde

É tempo de ir.
De deixar os mundos…
Deixar para trás um legado;
Uma lágrima no rosto de alguém.
Um eterno pedido de desculpa…

A noite é presságio
O dia é inexistente luz…
O vago é mais um espaço feito de tudo…
Cheio de nada!
Assim me rodeei do mundo;
De métricas e espaços concretos;
De alquimias e sonhos sem rosto;
Eternas descobertas num simples gesto.
O sorriso que por vezes faltava!
A eterna pequena palavra
De grande significado:
Amor!

Procurar-te-ei em outros tempos
Em outros espaços
Em outras ciências
Em outras descobertas e outros gestos
Em outros eu’s nos mesmos sonhos de rosto apagado.
Ontem fui o eu de ontem;
Hoje sou o eu de hoje;
Amanhã serei o eu de depois;
E então serei o eu de sempre,
De todos os dias!
Eu.

Hoje és sonho
Amanhã de sonho não passarás!

Os anos passarão!
O pó virá cobrir o tempo,
Silenciosamente entre preces proferido,
(Quem as proferirá a quem? Para quem?)
Será segredo!
Apenas as paredes da surdez o ouvirão…
Ouvirão o silêncio!
O rosto apagado de alguém sem eu!

O suicídio assim se fez;
Proferido em silêncio a uma alquimia sem sonho.
O segredo de um rosto apagado
Sem espaço e sem tempo…
Morto!
Morto pela palavra de um simples gesto de amor
O pó dos mundos.
O pó do olhar da questão
(Qual é o sentido de viver?)
Assim se calou.
No silêncio
Na métrica sem rosto dessa Alquimia de significados.
(Alquimia do sonho perdido!
Dirão os estudiosos do cadáver.)

Procurar-te-ei sempre…
No eu de ontem
No de hoje,
No eu de sempre…
Mas tu só virás amanhã!
Apenas amanhã!
Descobrir o meu rosto apagado.

O meu rosto de um suicídio cobarde…

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