"Com uma tal falta de literatura, como há hoje, que pode um homem génio fazer se não converter-se, ele só, em uma literatura? Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer se não inventar os seus amigos, ou, quanto menos, os seus companheiros de espírito?" - Fernando António Nogueira Pessoa
02/03/2010
Carta de Blackbird
A carta… (Blackbird a Tiago)
Idiota!
Achas mesmo que alguém te amará um dia?
Deixa-te de ilusões!
Ficarás sempre só!
A vida inteira,
Dia sobre dia;
Noite sobre noite…
A chuva cairá lentamente
Sobre o teu velho e triste coração.
Como pode um coração vazio
Pesar o mesmo que um mundo?
Será sempre assim,
De cabeça triste e olhar carregado
De mágoa por dentro da camisola
Virás do trabalho para casa;
Da solidão para a solidão;
Da tristeza para mim…
Mas basta!
Estou farto de ser eu a sofrer por ti!
Homem idiota!
(Se é, agora entre nós,
Que te podemos chamar Homem.
Eterna criança tu!
Preso no tempo;
À espera que se mude o futuro…)
Deixa-te de viver no passado
À espera que o futuro mude!
Para poderes ser feliz neste presente
Morreu… acabou!
Nada podes fazer agora…
Vives nesse teu mundo,
Essa essência onde me criaste…
E escreves,
Sobre tudo o que aconteceu na tua vida;
Ou o nada que ela é...
E amor?
Escreves sobre algo que não sabes o que é?
(Esta tenho de aplaudir de pé!
És um génio!
Aquele que sempre te consideraste ser…
Ou louco apenas!
Aquilo que outros viram crescer…)
Deixa-te ilusões,
De imaginar beijos que nunca aconteceram
“Alma com alma” leste num livro.
*(Risos)
Tolo! Idiota!
Isso não passa de imaginação!
De eterna e triste ilusão!
Como essa que tens,
De alguém te amar…
Ninguém te ama e jamais o farão!
Ninguém quer ser visto com um cromo como tu!
(“Cromo” – Lembraste de como te chamam
Aqueles que se riam das tuas piadas?
Eles só se riram de uma única piada tua…
A tua vida! A tua miserável existência!)
Desiste… o amor não existe
Eu sou pura ilusão,
Loucura no teu coração…
Aqui te deixo as minhas palavras…
Para que deixes de fingir.
E perceberes o miserável
Que verdadeiramente és!
Com amor:
Blackbird (o teu único amor…)
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