13/06/2008

Pedreiro...


Nunca foi teu, o sítio onde nasceste
Nem teu o sítio onde morreste…
Por direito tudo é teu!
Mesmo o coração que é meu
O coração que construíste
Mas que na tua morte destruíste…

Pobre pedreiro plebeu
Construíste tudo o que é teu…
A infância onde viveste
A mesma alegria que nunca tiveste

Sempre, sempre trabalhador
Filho de povo navegador
Pedreiro sonhador
Pintor sem pintura,
Pedreiro a valer
Construtor da vida dura
Em que havias de morrer…

Por amor fugiste
Para longe, bem longe
Por amor mentiste
Acreditando num falso monge…

Teu próprio pai nunca te amou
Criador daquele teu irmão que nunca te chamou
Ser irmão sempre desejaste
Irmão daqueles que sempre ajudaste
Aqueles que criaste, que aprendeste a amar
E que com o coração aprendeste a perdoar…

Procuraste o irmão
Aqueles a quem pediste a mão
Aqueles mesmos que te viram cair no chão
Que nunca te prezaram a vida
E que agora a choram pois está perdida…

Resistindo procuraste ter
A única coisa que te fez viver
A família que fizeste nascer
Família que nunca verás crescer…
Tanto para dizer
Tão pouco tempo de viver…

Tantas histórias
Agora apenas memórias
Tanta sabedoria…
Que num túmulo se perderia

A um pedreiro dedico esta poesia
Homem que relembro com alegria
Ao amor de pai…
Que agora já lá vai
Mas de que todos os dias sinto saudade
Este amor de verdade
Que sempre amei
Nunca o esquecerei! …
Meu pai…




Adoro-te meu querido pai…
Pela vida…
Pelo amor…
Que me deste
Por ti…
Carrego honradamente…
O nome que me veste

Adoro-te meu pai…

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