01/04/2009

“Despedida de Julieta a Romeu”

Que este frio punhal
Cravado sobre meu peito
Eternamente me corrompa
Este estranho corpo que aqui deixo
E que me esventrei a entranhas.
Mas que jamais no tempo e no espaço
Este punhal com que desfaço meu coração
Me apodreça a alma eterna minha.
Porque em outras vidas na distância das eras
Que me lembre eu da tua face
Dos teus gestos e das tuas carícias.
Que o destino todo-poderoso
Nos separe vezes sem conta;
E que nós,
Num acaso desse mesmo destino
Unamos nossas mãos e nossos lábios.
E outrora perdidos nos encontremos
No fôlego de mil beijos de amor proibidos…

Novamente juntos voltaremos então;
À cama de lençóis brancos
Ainda quente de nossos desejos.
E cumpridos os dois seremos um
Pois na memória do mundo
Que sabendo sem saber
Nos proibiu e eternizou na palavra amor,
Seremos relembrados;
Culpados e julgados;
De um dia por acaso do destino
Termos inventado no amor;
A palavra Eternidade…

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